Porque o Twitter é tão bom assim?

O Twitter virou febre entre internautas, isto é fato. Mas porque faz tanto sucesso com as empresas e personalidades do show business?

Para compreender o sucesso que esta "ferramenta" online vem fazendo com tais públicos, precisamos entender como esta funciona na prática.

Fazendo-se uma análise do processo comunicativo presente no Twitter, fica mais facil perceber a magia presente no ar.

O receptor da mensagem (seguidor) interage com o computador que por sua vez interage com o receptror novamente.

Não entendeu?
Ficou faltando o emissor da mensagem?

Pois é ... esta é a magia por tras do Twitter.

Se você é uma pessoa famosa, nada melhor que cadastrar o seu perfil no Twitter.

Assim fica fácil postar uma série de notas rápidas, geralmente desinteressantes ou de pouca utilidade, e principalmente sem possibilidade de interação com quem as lê.

Se você discorda disto e acha que as mensagens privadas são uma forma de interação, talvez seja melhor rever os critérios de sua análise, pois geralmente estas mensagens privadas costumam seguir literalmente por água abaixo.

Não há nada melhor que ser famoso e perambular pela internet sem ter de ficar recebendo diversos tipos de contato dos fans. Haja visto a ínfima quantidade de famosos utilizando redes sociais como Orkut, Facebook, etc. em detrimento ao Twitter. Nestas redes, fica dificil manter uma exposição moderada da imagem e principalmente, torna-se impossivel administrar o volume de recados e demais postagens abertas a todo o público, algumas nem sempre positivas. No Twitter, além da possibilidade de ampliar a exposição da imagem do artista, a ferramenta funciona como uma espécie de defesa contra escândalos, denúncias ou até mesmo difamação da imagem pública de quem "está na mídia".

Na Twittosfera tudo é mais fácil. A maravilhosa Xuxa Meneguel, ex-Pelé, ex-Airton Senna, que o diga. A nossa querida rainha dos baixinhos da década de 80 teve de tomar duas decisões importantes sobre o seu relacionameno com o Twitter. Logo de cara foi amplamente criticada em Blogs e outros "perfis emissores" do Twitter, por escrever tudo em letra maiuscula, o que, de acordo com o modelo intuitivo de escrita na web, significa que a pessoa está gritando estericamente aos quatro ventos. Das duas uma: Ou ela não leu o livro Net.com.classe: Um guia para ser virtualmente elegante da Claudia Matarazzo ou ela achou que "caixa alta" é sinonimo de bunda empinada e ficou por isso mesmo.

Depois desta maifestação de ignorância plena, não só da ferramenta, mas do uso da internet em geral, Meneguel passou a acompanhar sua filha "Xuxa na Sasha" no maravilhoso mundo do Twitter.

Apesar de não haver mensagens de seguidores em seu perfil, obviamente, alguns fãs da mamãe manifestaram todo o seu carinho dissemnando críticas aos erros de português cometidos por sua cria. (O mesmo aconteceu com o Sandy, da extinta dupla Sandy e Junior). Entristecida e sem compreender o porque de tanta revolta virtual, o perfil de Xuxa na Sasha foi excluido à pedido da mamãe que ameaçou por várias vezes processar o Twitter por esta invasão de privacidade, em geral, pública, da galera.

Assim sendo dá pra entender porque o Twitter caiu no gosto dos famosos. Geralmente o que aconteceu com Meneguel constitui excessão em meio às centenas de perfis de celebridades que apenas produzem "conteúdo" e são pouco importundados por internautas vorazes.

Deixando de lado a sapiência de nossa rainha, passamos para o uso do Twitter no ambiente corporativo.

Este sim foi um grande achado para as empresas que pretendem "interagir" na internet. Se por um lado o site corporativo tem a função de marcar terrirório na internet, o Twitter ocupa o papel de um grande outdoor virtual no qual as empresas podem não só divulgar suas ações publicitarias, como também recrutar funcionários, distribuir brindes, e definitivamente, testar sua popularidade mediante seus seguidores. O melhor disto tudo é que nesta verdadeira televisão de cachorro inodora, as empresas só abordam aqueles que a procuram, na forma de seguidores, e nem precisam se preocupar com as reclamações, pois não há interação neste sentido.

Se você quiser usar o Twitter como uma ferramenta de reclamação, você precisa montar o seu perfil e gastar o seu tempo livre propagando isto para os seus espetaculares 36 seguidores.
Existem casos curiosos em relação a isto, mas além de raros não possibilitam a inversão de valores sobre a utilidade do Twitter, o fato é que este é bem mais interessante olhando-se pelo lado das instituições.

Se para os famosos o Twitter é uma mão na roda e para as empresas é mais um veículo de divulgação da marca, o que resta da Twittosfera para nós simples mortais?

Para nós o Twitter é uma mão na roda quadrada.
A utilização do Twitter é feita em grande parte, da seguinte forma: O usuário precisa abrir uma janela de seu navegador preferido, entrar no site e efetuar o login, para então começar a ler todas as utilidades postadas por aqueles aos quais o usuário é "seguidor". Muitas vezes isto é feito comprometendo-se parte do tempo que seria utilizado para acessar o e-mail com suas mensagens pessoais, geralmente um pouco menos inúteis que a maioria do conteúdo gerado no Twitter.

OBS: A qualidade do conteúdo que circula no Twitter já foi levantada através de pesquisas e amplamente divulgada por diversos veículos de comunicação ao redor do mundo.

Enquanto o e-mail funciona como uma via de duas mãos com a possibilidade de troca de arquivos, chat online, grupos de discussão, além de outras formas de interação, o Twitter, por vezes, se apresenta como mais uma forma de perdermos tempo na internet em detrimento a sua baixa produtividade.

Considerando a "solidez" e permanência das tradicionais newsletters, maillings, hotsites e demais facilitadores de conteúdo, o Twitter, definitivamente, não pode ser considerado uma ferramenta de substituição conforme cogitado em seu surgimento.

Embaralhar assuntos de interesse presentes nestes facilitadores de conteúdo com um volume exarcebado de postagens, em grande parte inúteis, até mesmo intimistas, é no mínimo se deixar levar pelo modismo imposto por uma ferramenta destinada ao gasto desproposital de tempo.

Se você quer saber a hora em que eu vou ao banheiro dentre outras coisas interessantes, me segue: http://twitter.com/ruminando