sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Novo Stilo Extreme Radical: Para quem gosta de viver perigosamente

A Fiat pega pesado com a concorrência e lança sua mais nova arma no mercado.

Nesta campanha, o conceito é deixar o cliente de queixo caído.
Se não for o queixo pode ser a perna quebrada, o braço decepado ou até mesmo o cliente morto.

O Stilo Extreme Radical foi projetado para os amantes dos esportes radicais, mas também houve todo um cuidado com o público feminino.
Uma de duas inovações está no processo de fixação das rodas traseiras do veículo, que neste caso facilitam muito a vida das motoristas quando o assunto é trocar o pneu.
Sempre avessas ao uso do macaco hidráulico, as proprietárias do Stilo Extreme Radical não precisam mais suar a camisa para executar esta árdua tarefa. Agora elas contam com o novo sistema Easy Unlock que além de dispensar o macaco hidráulico, permite a retirada das rodas do veículo inclusive em movimento.

O carro mal foi lançado e já pode ser visto nos principais veículos de comunicação impressa e no ambiente web.
As duas principais revistas de automóveis do país, a Quatro Rodas e a Auto Esporte, os jornais O Estado de Minas e O Estado de São Paulo e a revista Pró-teste deram destaque ao lançamento do produto.

Mesmo dominando a cena do mercado automotivo, ainda não há uma pesquisa de satisfação com os clientes do Stilo Extreme Radical, até porque nenhum deles quis se manisfestar quanto a isto.

Se não houve pesquisa de satisfação, já existe um processo administrativo instaurado pelo Ministério Público contra a Fiat do Brasil.

Agora saberemos de quem é a culpa!

Antes do inquérito, a Fiat negou a todo custo que o problema fosse técnico, assim como as companhias aéreas e o já falecido deputado federal João Alves, que após uma intervenção divina se tornou o maior ganhador de prêmios lotéricos do país.

Ao ver as imagens que coicidentemente mostram que o problema ocorreu em rodas traseiras, podemos concluir claramente que os motoristas foram os principais culpados da história.

Com uma tecnologia antecessora à Locker, o Stilo Extreme Radical possui um botão no painel que migra a tração das rodas (inicialmente dianteira) para as rodas traseiras, assim como a direção pedráulica.
Portanto, ao fazer a curva, não foram as rodas da frente que deslocaram e sim as de trás.

Esta inovação tecnológica supera inclusive os avanços desenvolvidos no carro azul de três rodas que sempre tomba no seriado do Mr.Bean.

A insistência da Fiat em negar o fato segue o mesmo raciocínio utilizado pela Volkswsgen e o famoso banco do Fox com tecnologia de rebate anti-Eliane. Bastava colocar o CD com a musica dos dedinhos e tentar rebater o banco traseiro do carro para que o mesmo decepasse o dedo do motorista.

Um recall veiculado em todo o território nacional convocando os proprietários do Stilo a compareçerem às concessionarias para inspeção no veículo, havendo risco da roda se soltar em movimento, seria reconhecer por meio de ato público que a montadora não tem a menor preocupação com a segurança de seus clientes.

No caso específico da Fiat, não podemos deixar de citar que a montadora sempre encontrou dificuldades de se estabelecer no mercado nacional como uma montadora confiável. Seria saltar de um precipício, perder toda a credibilidade que a empresa conquistou nestes ultimos anos e que a levou a conquistar o maior market share do mercado automotivo brasileiro.

Salvo o engano, a empresa já passou por duas mudanças na marca e tenta a todo custo afastar cada vez mais seu passado não muito glorioso em terras tipiniquins.

Tudo começou com o câmbio hard-tronic, carinhosamente apelidado de arranha-céu, do Fiat 147 que possuia um engate de marchas bastante "peculiar".
A campanha publicitária foi o maior sucesso onde pela primeira vez podiamos ver o 147 ao lado de seu concorrente Fusca (VW).
Na propaganda o Fusca dizia ao amigo: Poxa cara! Eu canto, assobio e ainda sei tocar guitarra.
E você? Você sabe tocar algum instrumento musical?
E o Fiat 147 no ápice de sua modéstia dizia: Não, não, eu só arranho.

Depois veio do Tempra 16V, com design inspirado nos modelos Alfa Romeo e motor inspirado no Doril, onde os proprietários tinham de vender o veículo para se livrarem da dor de cabeça. Uma verdadeira enxaqueca automotiva.

Do tempra, saltamos para o até então último remanescente dos carros sedãs da empresa no Brasil, o Marea.
A campanha publicitária do Marea trazia consigo uma mensagem religiosa que sensibilizava os telespectadores.
No vídeo aparecia o carro em uma linda serra esverdiada quando, repentinamente, as núvens de abriam e um facho de luz vinha ao encontro do veículo, trazendo consigo a voz de Cid Moreira que dizia calmamente: Dos 50 mil não passarás!

Temos vários outros exemplos, sem contar com os inúmeros problemas relatados pelos clientes do Punto no que diz respeito à tampa do bocal de combustível, porta dianteira que não abre, vidro retrovisor lateral solto, etc. Todos relatados pelas revistas Auto Esporte e Quatro Rodas nos 3 meses subsequentes ao lançamento do carro.
Comprar um carro com interior e desempenho idêntico ao Pálio e ainda desenbolsar R$10mil a mais somente pelo design de um veículo que se desmancha pelas ruas e com seguro bem mais caro, é certeza de cliente Punto da vida.

Brincadeiras à parte, o aumento exponencial nas vendas de veículos nestes últimos anos aliado à pressa das montadoras em colocá-los nas ruas tem gerado cada vez mais este tipo de situação, porém, o que antes era motivo de gozação e chacota, ganhou ares de seriedade e agora são vidas humanas que estão sendo postas em risco.

Enquanto o consumidor fingir que está tudo bem e que sua segurança ao volante está garantida, as montadoras continuarão colocando na rua veículos que, diga-se de passagem, são rejeitados pelos países desenvolvidos.
Haja visto a diferença entre os modelos do Fox (VW) disponibilizados no mercado interno e os exportados, cujos ítens de segurança são obrigatórios. A matéria completa foi publicada na revista Pro-teste (Março/2007)

Após a regulamentação do carro 1.0 no país, a Chevrolet não demorou muito para inovar e trazer um carro cujo conceito era atender este novo segmento de mercado que se formara.

Encerro, portanto, este texto plageando o slogan de lançamento do Corsa, onde um ançião embasbacado com tanta inovação tecnológica questionava: Pra onde esse mundo vai?


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